Niemeyer e Sua Arquitetura da Opressão Estatal
A arquitetura de Niemeyer era fria e opressiva. Bonita na maquete, desumana na vida real. Vejam o Memorial da América Latina. Parece um cenário pós-bomba de nêutrons, desolado. Ela reflete bem suas posições polÃticas, um homem que dizia que milhões de mortos eram um preço baixo para se pagar por uma utopia comunista.
Vejam na foto o tamanho do indivÃduo no mar de concreto. Um zero, como o cidadão no comunismo. E o prédio bonito no fundo nem dele é.
Niemeyer foi muito prestigiado porque seus prédios têm a imponência que fica bonita em um cartão-postal, em uma foto tirada de um ângulo cuidadosamente escolhido. Nada melhor para os polÃticos, que subsidiaram quase que toda sua obra, aparecerem.
Não foi à toa que Niemeyer tenha imitado Le Corbusier. Este pensava em casas como “máquinas de morar”. Suas obras, como por exemplo os tristes banlieus de Paris, se tornaram gigantescos fracassos urbanÃsticos, totalmente deteriorados e berço de criminalidade e exclusão social. Suas vistas imponentes não têm dono, suas calçadas e passarelas opressivas e isoladas viraram cenário de estupros e roubos.
Estamos em uma época quando precisamos de algo oposto ao Niemeyer e o Le Corbusier. Ao invés de opressão, participação do indivÃduo, conexão. Ao invés de um Estado monstro e seus prédios monumentais, um foco no indivÃduo e na importância da pequena comunidade, da amizade, da intimidade.
Esperemos que essa fase negra da arquitetura nunca mais volte e que algo mais humano tome seu lugar.